segunda-feira, 4 de julho de 2022

Vento dos infernos

 Diz o filósofo que uma estrangeira descreve o amor como um deus decaído, ao aproximar o sentido de Eros com o de Demônio para os gregos antigos, isto é, um mensageiro capaz de transmitir mensagens dos homens para os Deuses.


Assim, apresenta o amar qual correspondência, entre a morte e a imortalidade. Uma espécie de correio, onde uma mensagem/metáfora é levada de um lugar a outro.

A um amante da poesia, pode chegar aos ouvidos, Neruda, em o carteiro e o poeta. Isto é, será que é de poesia a natureza do que o amor movimenta, na transferência de consteúdos oníricos?


No sonho, porque é o Olimpo dos amantes, dividos entre o céu, o chão e o inferno.

É comum associar o amor à união,  reunião, ligação,  conexão, laço... Mas o que no contexto amoroso se movimenta? Como os primeiros cuidados ou negligencias são en-carnados, ou in-corporados, ao ponto de constituir uma existência em dimensões físicas, orgânicas e anímicas?


Essa questão tão óbvia e até muito simples, parece o fio que costura, amarra, ou desata ponto-a-ponto cada análise... até que o fio acaba e de alguma forma, parece que só a agulha, entra e sai, a angustiar tecendo o nada. E assim, uma força eólica é convocada e o que poderia trazer à tona, sopra a chama e vira fumaça. Não é mais sobre enxergar um fato. O silêncio na penumbra assusta, continuar torna-se infernal, como é, do dia mais comum, as decisões mais ou menos sensatas. 


Hcqf, 4 de julho de 2022

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