quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Os dois homens da minha vida: os garotos da minha vida

Este ano, re-assisti o filme da minha vida e ele era completamente diferente do que eu havia imaginado. O nome do filme sub-intitula essa carta, mas não se parece em nada com o filme que reconto pra inúmeras pessoas.
Eu dizia que eu tinha visto um filme, lindo, sobre uma família - que apesar de tudo -, foi o melhor para cada um de seus membros, embora de uma maneira contraditória. E eu não tava de todo certa, mas também não estava errada.
A estória que inventei contava a vida de um rapaz, cujo reencontro com a mãe, que o deixou no orfanato ainda criança, levou-o a resolver pendências emocionais que tinha com os pais. Assim ao final ele teve a certeza de que procurar a mãe foi a melhor decisão que havia tomado (mesmo tendo sofrido bastante nesse encontro), para que sua vida pudesse seguir e de alguma forma pudesse reconhecer sua verdadeira história. Não a história que ouviu de terceiros, sua verdadeira história, sua única história, a história da sua verdadeira família. Aquela sábia mulher, também o fez perdoar seu pai, de quem ela o havia afastado para que eles sobrevivessem...
E o filme termina e o que fica na minha cabeça é a frase: a melhor decisão que tomei foi me afastar, para que você pudesse ter uma vida melhor. E ela (mãe) continuou dizendo que talvez algum dia ele pudesse entender o que ela quis dizer com aquilo, mas ele entendeu na mesma hora e a perdoou por tudo havia acontecido de triste na sua infância, talvez por causa dela. E agradeceu pelo amor dela ter lhe salvado.
E era assim que eu contava a estória até, de certa forma, parecida, contudo muito diferente nas vias de fato, do que realmente era o filme “Os garotos da minha vida”. Primeiro que não conta exatamente a história de um menino, mas a história da família inteira, sendo a personagem principal uma mãe que engravida cedo e é acusada pela família, mas principalmente pelo pai, de ter estragado a própria vida (levando em consideração o que o pai havia planejado pra ela).
Bem, o filme se passa em meio a lembranças de mãe e filho, após ela receber o convite para publicar um livro sobre a sua história. Beverli se tornou jornalista de um jornal local e o filme não deixa claro, mas parece que ficou solteira. Jason é caracterizado como um filho que teve que cuidar da mãe, o que parece tê-lo feito abdicar de muitas coisas também - mas o filme não deixa claro quais coisas ele teve que abdicar quando adulto, mas fica bem claro que ele teve bastante frustrações (como a mãe) na sua infância, por exemplo, a perda do pai, que sempre amou demais.
E Rason é o pai da história, mas teve uma infância tão conturbada quanto a do filho, já que ele foi abandonado pelos pais. Na adolescência (quando engravidou Beve) teve como refugio o namorado da melhor amiga de Beverli (o que possibilitou que se conhecessem), depois ela e a família que construiram: seus sogros, o filho e ela mesma.
Com certeza, esse é o personagem que mais me toca! Talvez seja sobre ele a história que construo, quando dizia a todos que lembrava do filme, ao ponto de não saber, até agora, qual história vou narrar a próxima vez que contar esse (meu) filme.
Eles chegam até o trailer em que mora Raison, em um lugar gélido e bagunçado (praticamente o mesmo lugar das minhas recordações daquela história – que inclusive acabou por me ajudar a lembrar no meio do filme) e ele está visivelmente acabado, envelhecido, um pouco demente e bastante sujo. Ele não reconhece nenhum dos dois, mas Beve se apresenta e lhe apresenta seu filho (acho que era isso que a minha mãe deveria fazer).
No entanto, após o reencontro com o pai algo aconteceu também na sua relação com a mãe. Alguma chave foi encontrada, alguma porta destrancada... E ela resolve apoiá-lo na decisão de ir morar e fazer faculdade para Indiana, deixando a faculdade de Nova York (sonho que a mãe pretendia realizar em sua própria vida).
A cena final remonta o inicio da filme, pois como uma boa narrativa a conclusão traça o fio condutor daquela história: a menina e o pai juntos em um momento muito importante, o momento em que o amor chama.
Parece que é essa a mensagem que o filme deixa de forma sutil, gosto de dizer, um perfume com uma nota leve ao fundo: a família é muito importante, tanto como fonte de dor, quanto como fonte de amor. É de lá que jorra a fonte em que deságua nossa história, traçando nosso curso, mas sem conduzir nossos passos. Vez por outra encontramos pedras que rolaram da foz, são duras e parecem bem mais difíceis de contornar, mas são apenas pedaços de estrada, mais e mais experiências pra passar. E não se passa nessa vida sem essas vivencias contornadas de muita água com sal (na dor), água com açúcar (na dor e na alegria) e água potável pela vida inteira. E uma hora há que se perdoar a si mesmo, diz um dito popular, que tem nessa característica toda sua sabedoria: povo-lar.  São aqueles que pra sempre vão nos habitar, enquanto habitamos essa vida, quiçá depois dela.
Sobre uma história que me contou, enquanto eu a inventava!
                                                                                                   (HCQF/out-2015)
OBS: essa publicação tem o sentido de celebrar os seis anos de blog, porque nesse canto, me conto e encontro.

domingo, 20 de setembro de 2015

A incrível estória Della




           DELLA

SENHORA, dê-me a GRAÇA de transgredir a NORMA
Pisar no KAHLO de quem ousar tirar o BORDOT de meus lábios
Para que eu venha CAPITUlar minha história
O meu tornar-se à la BEAUVEIR
E possa sair sem ter PAGU minha conta
Pelo FURACÃO que tenho em mim

(HCQF/out-2015)

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        Sobre a minha interpretação do filme "A incrível história de Adeline". 
Após conhecer uma estória linda, iniciei uma conversa profunda com algumas músicas cantadas por  Maria Bethânia (Reconvexo, Imbelezô e Oração ao Tempo). Interpretadas com tal genialidade e alma, que me fizeram contar alguns femininos guardados em meus dias nesse tempo. Um tempo, cuja marca está presa ao meu peito mais que ao meu corpo. Carrego meus anos por dentro em uma bagagem tão pesada, que em nada refletem a leveza que trago no rosto. Sendo pouco do tudo que sinto, estando no que expresso por descuido. (HCQF/out-2015)


terça-feira, 1 de setembro de 2015

Porto Inseguro



  


  
    Porto inseguro
Na caminhada de um porto seguro longínquo
Percebi sê-lo este um porto inseguro
Aportada em suas costas
Posturas inversas e encostas rasas
Não eram estórias contadas
Eram estrelas sonoras
No céu escuro
       ***
As narrativas traçadas
Choviam com intensidade
Constelações de scorpius
    *****
Onde nada existia
Surgiu um cosmo
De desejo forjado
Inundando de perigo a história
(HCQF/agos-2015)

Pensando:

Acordada para a fantasia que me convoca...
Veio então outra questão: “por que desse e dessa acareação?”
Acho que estava sem resposta pronta, acho que negava a preza em suas mãos. Deu de ombros e falou da pressa... Plantou uma questão sem tamanho sobre o desconhecer.
Resolvi descobri quem sou então... (Hellen Freitas)

Cantando:
"Por dentro do teu olho
É tão bonito de lá
Tem cor de Marte
E tem letras fortes
Pra galáxia que mora em você"
(ANAVITÓRIA -  Cor de Marte)

OBS: Imagem colhida do Google