sábado, 1 de janeiro de 2022

Universal-mente

 Quero começar esse retorno simbólico expressando meu uni-verso...

Tal unicidade que me constitui e atinge, de tão pequena.

Para não descuidar desse amor que me alimenta,

Para cultivar a leitura, a escrita, a poesia, a literatura, a escuta, a psicanálise e a vida/morte que me habita.

Um portal simbólico, que marca a finalização de uma volta entorno do astro-mor. Embora, também seja o início de uma nova trajetória circunscrita a exaltar a majestade encandescente do sol.

No entanto, é por meio da pequenez da Terra que acontece essa travessia cósmica. É ela que rés-guarda complexidade, diversidade e incontáveis formas de vida, sem parar de girar por si sob suas leis e dinâmicas.

Nesse rito no qual protagonizamos fim e reinício, também experimentamos (si.len.ci.o.sa.men.te) oposições que nos constituem: sermos parte da universal infinitude; estarmos presente em uma finalização e a ausência da certeza do que realmente se inicia; celebrarmos grandeza e pequenez na existência.

Nossos símbolos, signos, letras, linguagem, comunicação, história, crenças e psiquismo tentam nos defender do não-saber que nos cerca de todo lado, contudo nossos rituais e lembranças nos condenam a sentir liberdade e vazio; saudade e espera; eternidade e finitude no mesmo instante diante da grandeza do cosmos.

Criamos o mundo pelos símbolos que trocamos, mas territorialistas, alcançamos o sentido cosmopolita, sem jamais alçarmos à universalidade, por mais que empreitemos ficcionalizá-la com a nossa vaidade.

Aqui, agora - no que está entre o passado que já não temos, o futuro que não podemos alcançar e o presente em que vivemos - somos físicos como o ar a evaporar pelos dias deixando massa, calor, perfume, palavras, pensamentos, sofrimentos, falta, desejo, amor e poesia.

Até, então...

Hcqf 1 de jan de 2022




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