Têm "certas coisas" que se diz "calado" por não fazer sentido...
Com Dickinson ao meu lado, nestes últimos dias na cama, entendo o que queria, mas não sei dizer sobre o que esperar com isso...
São madrugadas entre letras: algumas que escrevo, outras que tento ler...
Tudo tão incompreensível, sem você.
Falta... faz falta...
Ecoa em mim a questão: o que pode existir entre o Som e o Silêncio?
Eu imagino que uma diferença, mas vejo na realidade uma distância.
Insisto em refletir: quem é só medo e quem é só desejo?
Não temo coisa alguma, com você. Mas tenho medo de nunca mais sequer te ver. Como há você de temer algo?
Desejo? Quem deseja mais do que eu diante de você, que nada demanda?
E eu fugi do seu beijo... Tive medo da sua boca encostar na minha alma e eu não conseguir abrir os olhos mais... eu tô falando de morte mas também de fantasia.
E aconteceu... entre nossos lábios, depois que a minha língua tocou o céu na sua boca... aberta e doce...eu senti sua barba, percebi que abria os olhos e acariciava seu nariz e seu rosto com a minha pele.
Eu acordei entre o Sim e o Não sobre ir ao seu apartamento... aonde Dickinson me leva.
E eu só queria não ter sentido aquele frio na espinha que transbordou em suspiro entre as nossas salivas como som das ondas numa praia bonita.
Já não sei o que estou cantado, apenas sei que eu não queria deixar ir.
Queria a cama no seu apartamento; encontrar você no hotel na estrada; sentir você completar o sentido dos meus poemas de 2023 e achar que isso é sobre ouvir "uma sinfônia de silêncios e de luz"...
Real-mente, "têm certas coisas que eu não sei dizer" então finjo/fujo pra não dizer o quanto te amo sem saber se é recíproco.
Hcqf 27 de janeiro de 2025