quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Violoncelo Vermelho





















Ainda não te conheço,
Mas reconheço-te de longe
E do meu lado és um estranho.
Bem de perto, corrosivo

Ácido forte, nocivo.

Imagina se eu tivesse te colocado
No lugar por ti temido.
Teria por ti morrido
Para colocar outra do teu lado.

Não és se quer arrependimento,
Senão rascunho colorido
Esbranquiçado.


Era pra ser um amigo.
A sorte te fez passado.
Quadro envelhecido
No compartimento empoeirado.

Travesseiro?
Cama, mesa, xícara, café?
Copo descartável,
Lenço de papel,
Mesa ao relento
Na chuva, no vento
Sem cuidado...


Retribuindo teu regalo
Ofertado sem sentimento
Em um futuro projetado de lamento.

Na penumbra sombria do pecado

Vermelho,
 regado a vinho e morango.
Do lado esquerdo do peito,
Gesso quebrado!


(Hellen Freitas)

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