Tenho rebobinado um pensamento injusto contra o meu corpo: seios muito pequenos.
Tenho sofrido com esse apontamento que não me incomoda desde os meus 12 anos.
Todas as meninas comprando sutiãs lindos e eu sofrendo com as sobras de tecido com rendas.
Meus amores lapidaram, devagar, um deleite pessoal por eles... fui aprendendo a tocá-los, acariciá-los, elogiá-los, com amantes muito carinhosos.
Sabia da minha sorte, mas realmente não admitia menos do que encontrei nos cavalheiros que me tornaram mais caprichosa.
Sofri o teste da maternidade... em mim pedaços se fortaleceram, uma força me encontrou... porém um corte se refez: meu corpo é mais apontado, como quando eu era uma menina. Duas pontas que se encontraram numa vulnerabilidade por estar sem aquele aval masculino.
De repente encontro reinvenção e cores, e a menina floresce na mulher mais fortalecida pelas responsabilidades da maternidade.
Ainda não deixei para trás as marcas dessas falas e apontamentos sobre meu corpo, voltando ao bojo, que não tinha protagonismo antes.
Vejo a necessidade de constituir a proteção que aceitei vindo de fora, mas precisava vir de mim. E agora faz falta, como não me importar com a forma delicada dos seios que sustentaram meu menino nos primeiros meses de nutrição, nas noites de sonho no colo amoroso da mãe e contornam meu centro proporcionalmente ao meu corpo, ambos pequenos e doces (como sempre).
E assim, da sutileza nas cores, a voz suave, fui me constituindo de maneira discreta e simples, apenas para alguns olhares, de olhos bem carinhosos.
E que minhas companhias voltem a ser tão assim, mansas como minhas formas e proporções.
Hcqf 2 de agosto 2025
Nenhum comentário:
Postar um comentário