Quando você vem
Começa a arar uma parte do meu território
Como se fosse plantar algo
Alguns sementes são lançadas
Ainda que não onde a terra foi arada
As que caem, ao acaso, em espaços adequados
Germinam assuntos que se fortalecem
Porém há aquelas que se depositam como lixo
Ficam amontoadas até dificultar o fluxo vital na região
Com essas tenho um trabalho dobrado
Seleciono algumas para tentar resgatá-las do destino desnecessário que lhes coube
Outras permitem reciclar alguma moção sádica
Incinero como dejetos nossos
E a fumaça nubla meus olhos por algum tempo
De suas idas e vindas tenho acumulados esses nossos vazios
E alguns buracos mais profundos tenho guardado para não escolher ceder de sede
Nesses pequenos oasis as vezes me embebedo qual champanhe
De tantos buracos entre as mensagens e os encontros
Tenho aprendido a cultivar um recanto
Ainda não passamos nenhuma primavera juntos
Eu, você e meus sonhos
Embora o verão tenha sido muito quente
No outono quase te esqueci
E o inverno está muito longo
Hcqf 4 de novb 24
Nenhum comentário:
Postar um comentário