Já comecei tantas vezes essa vontade de contar...
Quanto mais chega perto o dia de voltar a ver dentro da minha rotina, mais eu fico vazio, e me esfria...
Não pode acontecer. Só isso... Não dá.
Tem algumas portas que só abrem pelo lado de dentro, o amor é sempre assim: duas almas entreabertas que se escancaram de sorrisos, ações, ciúmes e muita saudade...
De novo caí na minha própria armadilha: me fechei e consegui o abr(aço) mais forte que já senti, presa em mim, não pude fazer laço.
Talvez eu tivesse alguma chance... era o que eu gostava de pensar... agora renúncio a próprio façanha cognitiva de lembrar...
Preciso esquecer!
Deixar que seu rosto se apagar nos meus sonhos. Permitir que meus olhos ceguem ao encontrá-lo. Sentir o frio desesperador do adeus silencioso, da presença remota, ainda que frequente, ainda que...
Preciso aceitar essa partida, pois não há o que eu faça para mudar esse destino.
Tenho 200 anos de choro apertando minha garganta e ardendo nos meus olhos.
Preciso desabar e não posso.
Preciso esquecer e aceitar encontrá-lo nos meus assuntos favoritos.
Que eu saiba calar, andar devagar, ficar sozinha e aproveitar o horizonte na beira do Guamá.
Como a estrela em queda deseja o beijo azul do mar, porém encontra uma nuvem de poeira cósmica e se mistura ao infinito.
Uni-versos de galáxias se expandindo entre o nascimento e a morte, brilhando no escuro sem fim.
Hcqf julho de 2022
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