domingo, 31 de julho de 2022

De pouquinho

 Quero um pedaço 

Da tua atenção 

Um tantinho do teu carinho

Que preencho meu coração 


200 é muito tempo 

A distância que nos cerca

É de longe maior 

Que a possibilidade de carinho


Mas me dá um pouquinho 

E desse pouquinho 

De ti

Faço chover

Em terra seca


Por mais pequenino

Que seja 

O tempo do olhar

Que sobre mim

Esteja 

Componho um canto

De sereia

Adorno um altar

Destraio o destino

Me perco no teu abraço 


Faço um laço e desencanto 

Hcqf 31 de agosto de 2022




segunda-feira, 25 de julho de 2022

Sonh-ar

 Queria contar

Ensaiei 

Apaguei 

O sono me salvou

Hcqf 22(28) jul 2022

sexta-feira, 22 de julho de 2022

Escuro sem fim

 Já comecei tantas vezes essa vontade de contar...

Quanto mais chega perto o dia de voltar a ver dentro da minha rotina, mais eu fico vazio, e me esfria...

Não pode acontecer. Só isso... Não dá.

Tem algumas portas que só abrem pelo lado de dentro, o amor é sempre assim: duas almas entreabertas que se escancaram de sorrisos, ações, ciúmes e muita saudade...

De novo caí na minha própria armadilha: me fechei e consegui o abr(aço) mais forte que já senti, presa em mim, não pude fazer laço.

Talvez eu tivesse alguma chance... era o que eu gostava de pensar... agora renúncio a próprio façanha cognitiva de lembrar... 

Preciso esquecer! 

Deixar que seu rosto se apagar nos meus sonhos. Permitir que meus olhos ceguem ao encontrá-lo. Sentir o frio desesperador do adeus silencioso, da presença remota, ainda que frequente, ainda que...

Preciso aceitar essa partida, pois não há o que eu faça para mudar esse destino.

Tenho 200 anos de choro apertando minha garganta e ardendo nos meus olhos.

Preciso desabar e não posso.

Preciso esquecer e aceitar encontrá-lo nos meus assuntos favoritos.

Que eu saiba calar, andar devagar, ficar sozinha e aproveitar o horizonte na beira do Guamá.

Como a estrela em queda deseja o beijo azul do mar, porém encontra uma nuvem de poeira cósmica e se mistura ao infinito.

Uni-versos de galáxias se expandindo entre o nascimento e a morte, brilhando no escuro sem fim.


Hcqf julho de 2022

terça-feira, 19 de julho de 2022

Janvier

Depois de tanto tempo encontro novamente o sentido de partir...

Uma partida está acontecendo e partindo meu coração...

Não há o que ele leve, 
não temos lembranças de nós, 
não chegamos a ser um laço... 
Mas estou aos pedaços e começo esse obituário sentindo toda uma falta...

E é de morte a ferida que encontro no peito...

Tenho alguns dias de folga, e devo começar uma retirada 
com toda a racionalidade que o luto me permitir construir 
enquanto destruo uma parte toda em mim...

Arrancar ele do lugar de amor vai mexer em tudo... preciso o quanto antes começar, 
mas até agora nenhuma palavra saiu de mim...

Por dentro abriu um tempo de silêncio: não quero mais amar assim de forma gigantesca e espraiada
 por tudo onde ando, em que toco e vejo....
Preciso começar uma carta pra ele...
Boa sorte últimos dias do ano!
27 de dez de 2021

Infinitam(a)nte

 O amor nos faz tocar o infinito

Isso pode ser ao tocar uma flor 

Num instante de dor

Pode ser ao sentir um sabor

Num arrepio sem fim

No corpo, na alma ou numa história 

Como um sopro de vida, ou vento da morte

Se for pra sempre, é sorte

Quando inesperadamente, é sempre

Pode estar em sonho

Pode ser estranho

Nunca no raso

Pode ser que aconteça 

Profundamente 

Pode não ser verdade.


Hcqf, julho de 2022.



Tornar-se horizonte

Antes, advérbio de tempo, também pode indicar um lugar, onde mesmo sem estar, havia existência.

Parece óbvio uma pré-existência, embora a rotina encubra que tudo teve infância, inclusive o nome das coisas.


Estorninhos, por exemplo, são uma espécie de aves invasoras que chegam em bando. Assustam no campo, pois se alimentam da plantação e adiantam, atrasam ou interrompem o resultado do cultivo. 

Uma revoada que justifica a presença assombrada do espantalho, isto é, uma personagem criada com o intento de assustar grupos de pássaros que se alimentariam do que custou alguns meses de suor e trabalho para só depois virar colheita.


No entanto, quem estava no pedaço de terra que virou fazenda? O que havia quando o chão foi descampado e a casa, só então construída, passou a abrigar uma família e suas necessidades?

Natureza, outra palavra criada para designar o que existiu no passado. Um tempo inabitado de uma história, antes de ser ocupada por pessoas, seus costumes e as determinações criadas para chamar de vida, um trecho da existência.


Manoel* diz que para saber o tamanho das coisas é preciso ter intimidade com elas. E que só se cria essa tamanha proximidade - com sentimentos, pessoas e coisas - depois de achar o antes que elas foram. 

Um tornar-se achadouros de infâncias, cuja direção parece estar sempre para trás, embora na práxis revele um algo a mais que o sentido. Ao invés do aquém, um além de tudo, onde as próprias palavras precisaram invadir, para existirem os habitantes do mundo.


Esse ex-sistir inútil muito interessa aos poetas e aos psicanalistas. Estes últimos, aqueles sujeitos diante dos quais falar em vão é desvelamento. E paradoxalmente é o sopro de vento que pulsiona os navegantes no (a)mar.

Conta a psicanalista Colette Soler** que existe um cemitério de palavras mortas, com personagens fantasmas na Gênesis de cada sujeito: capítulo em que cada um fantasia uma união, para deixar de ser uno.

Na real-idade, antes de tudo inventamos a busca e só depois a fulga. Isto é, mais do que um voltar, um re-voltar-se para as repetições que nos cativaram. Tempœspaço de retorno, para vasculhando-se internamente alcançar, talvez, seu desej(a)r.

E quem assim caminha não deseja encontrar apenas o passado. Perante o desejo é pra diante que se ad-mira. Um destino de tornar-se horizonte e a-mante.

Hellen C. Q. De Freitas, 19 de julho de 2022.


Livros:

*BARROS, Manoel de. Concerto a céu aberto para solos de ave. In: Antologia. Rio de Janeiro: Objetiva. 2015.


**SOLER, C. Alíngua traumática. IN: Ics reinventado. Cia de Freud, 2012.

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Mãe das musas*

  Meu limite é um coração fechado...

 Não para mim, apenas, mas para qualquer coisa,  exceto, o intento último de ver seu amor ideal e imortal se realizar...

Não tenho armas suficientes para ajudar quem se perdeu no amor profundo das próprias convicções...

 Sou feita da sede de que são feitas as transformações que as ondas provocam ao bater com força as rochas, por anos a fio...

Tenho em mim... as ondulações de hormônios e humor influenciadas pela lua... 

Tal que carrego mudanças de hábitos, ideais e vicissitudes.

Mesmo as que já estiveram tatuadas em carne e osso no corpo que me perfigura pequena e sensata.

Sou também firme e reta na ética que me alenta nas dores mais atrozes que os amores já me obrigaram a sentir... 

Visitei o Fracasso algumas vezes pelo gosto de brindar às derrotas como vitórias ao destino que não me define...

Sou ilimitada... Não posso me entregar a um corpo domado pelo vício em outro sexo... 

Preciso que se recrie comigo uma dança obscena e lasciva a cada encontro, no qual me desmoralizo de meus pecados e me vejo livre das minhas raízes, para amá-las em secreto.

Porém sem detê-las em plenitude...

Sou afecto... Sou infectante... Tal qual a ternura sombria de uma mãe imponente... 

Sou severa, protusa e espirituosa... A Luz que rege meu dia com seus afazeres e cuidado, conhece meu recinto materno: sou presença e ausência, na mesma espécie de ente mitológico.

*obs: memória é mãe das musas, em grego antigo.

Hcqf 18 de novembro de 2021



Renúncia-anúncio

 Pra ti assumir 

Eu teria que me denununciar

Hcqf,10 de dezembro 2021.

domingo, 17 de julho de 2022

Olhando pela fresta

 Parece que eu estou em todas as tuas estórias

Mas eu mesma não tenho uma história minha contigo

Não passeio nos ambientes centrais 

Não espero recados e nem nada é sobre mim ou para mim

Uma hora essa porta que eu abri, por ver entreaberta vai se fechar pra mim

Só querer-ia habitá-la em mim e tornar-me convívio

Vai ver ja estive e nem percebi

Também é sobre o que não aceitei destruir e como me repeti em atravessá-la inconscientemente.

Hcqf 19 de dezembro de 2021

Desnarcisamento

Queria dizer que é uma impressão...
Não é. 
Acabou!
Preciso seguir...

Ainda não sinto a dor,
Porque perdi meu corpo.
Perdi!

Mas vai doer
Quando eu precisar vê-lo.
Queria poder evitar.
Não vou.

Então, 
acabado está!
Que o feitiço 
Volte ao mundo dos encantos.

E o amor 
trate de desnascer.


 Hcqf, 17 de julho de 2022

Poeira no espaço

 Disseram que somos 

poeira estelar...


Margem 

para os artistas sentirem 

o toque 

da imensidão, 

tal areia a contornar 

oceanos.


Sentença

que condena 

quem sofre 

por se sentir 

apenas 

pó 

a acumular 

em um canto cinza.


Aluvião, 

derramado 

depois da tempestade 

a modificar 

paisagens antigas, 

renovando lugares.


Perdidos*, 

disse o poeta 

a constatar a natureza 

que nos fez


           pedaços 

desencontrados 

de vida 

e morte, 

que no infinito

 para além do tempo 

explodem 

de energia.

(Hcqf, 17 de julho de 2022)


Inspiração:

**Citação do poema "Aos Perdidos" de @zackmagiezi

Imagens telescópio James Webb jul. 2022

Música: Spell Songs


- MÚSICA CITADA -

Entre na selva com cuidado, meu amor

E fale as coisas que você vê

Deixe novos nomes criarem raízes prosperarem e crescerem


E mesmo quando você viaja longe de urze, rochedo e rio

Que você goste do pequeno pescador, incendeie o riacho com purpurina

Que você entre agora como lontra na água sem vacilar


Olhe para o céu com cuidado, meu amor

E fale as coisas que você vê

Deixe novos nomes criarem raízes prosperarem e crescerem


E mesmo enquanto numa viagem no passado, estrelas morrendo, explodindo

Como rastro dourado, deixe seus pequenos presentes de luz

E na calada da noite, minha querida, encontre o olho brilhante do estorninho

Como o pequeno aviador, cante seu coração para toda a matéria escura


Caminhe pelo mundo com cuidado, meu amor

E cante as coisas que você vê

Deixe novos nomes criarem raízes e prosperarem e crescerem

mesmo enquanto você tropeça nas areias do machair erodindo


Deixe a samambaia desenrolar seu luto, deixe a garça acalmar sua respiração

Deixe a selkie nadar mais fundo, oh meu pequeno caçador de prata

Mesmo que a hora fique mais sombria, seja o cantor e o orador


E na cidade e na floresta, deixe as cotovias se tornarem seu coro

E quando toda esperança se for, deixe o corvo te chamar para casa.


(Fonte: Musixmatch)

Compositores: Seckou Keita / Jim Molyneux / Karine Polwart / Julie Mairi Fowlis / Kerry Jennifer Andrew /

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Falsa presença

 Não entendo o que acontece... Nos vemos e não nos olhamos...

No mesmo lugar, dois estranhos... separados, alguma conversa...

Mas não dá pra entender como uma amizade...

Trocamos sinais... conectados, pela virtualidade...

Mas ele foi direto: "TU chegou tarde DEMAIS".

Eu acordei...depois de sonhar mais de um mês com um encontro...

Seria um local onde não houvesse uma tela entre nós.

Arrisquei ser invasiva, não ser bem aceita, sofrer alguma represália... e tudo isso aconteceu...

No entanto, no mesmo lugar, sem a obrigação de deixar a razão sobressair... poderíamos bebericar, sorrir, sentar perto... e finalmente olhar na mesma direção...

Nada disso foi possível...

Ao invés disso: constrangimento, algo como ciúme, muita represália, nem um espaço pra um encontro de olhares...

Uma janela real abriu-se, com um pedido para sentar ao lado: ele foi engraçado, mas também indiscreto, contou de um plano secreto para quem estava me constrangendo o tempo todo...

Ele me entregou... 

E se defendeu... 

Protegeu seu orgulho de homem... virou o rosto, a cadeira - várias vezes -, ficando distante, apesar de não demonstrar indiferença, mas com desatenção e frieza.

Ao final, certa inclinação de cuidado, bem raso, bem discreto, quase imperceptível.

Até agora, ainda vejo que notei um grão de mostarda em meio a gerginlim preto... parecem a mesma coisa, porém uma das sementes origina uma substância amarela muito conhecida, enquanto na outra o escuro se preserva e isso identifica sua natureza.

Foi quando encontrei um risquinho de preocupação, cuja causa ainda desconheço. Talvez, ciúme  porque encontrei um amigo carinhoso. Ou alguma insegurança pelo fato de ter ficado próxima do anfitrião. Ainda poderia ser uma tentativa, sorrateira, de conquistar uma noite comigo. 

E em nada disso, realmente, sequer pressinto algo que resvaleça algum cuidado, mesmo que perdido, ou esquecido dentro de uma postura covarde por esconder que fosse uma atração carnal, vil ou imunda.

E aqui começa o nojo... sentimento familiar, com o qual abandono objetos que conquistam meu desprezo.

Um contato que poderia ser um abraço, entornou-se uma lembrança remota. Dos segundos que estivemos mais perto, a sensação de virtualidade, vazio, alguma coisa que esfumaça até suas vestes... parece que abracei o vento.

Lembro que provoquei a proximidade: toquei seu cabelo, sensação de nada... Pedi um abraço e apenas um tronco, sem cabeça, dobrou-se na minha direção... e agora parece que nem mesmo tinha braço... enlacei a mim mesma, frágil e envergonhada... a cabeça baixa, os olhos cerrados... e mergulhada em tamanho silêncio, pude ouvir um estampido ruidoso, algo entre: tomem cuidado, cuidem-se, tenham cuidado.

Mas as palavras me faltaram... acho que sorri num desatino, dei de ombros... aquela cena era tão pueril, quanto tudo naquela falsa-presença.  

Agora mesmo, ainda necessito de grande esforço para pescar elementos nesse desencontro.

Continuei no mesmo local  mas já em outro ambiente. Fiz inúmeras confissões... Ganhei colo e um conselho encoraja(dor): faça por você; talvez uma página precise ser arrancada  para que as marcas não maculem o restante do que vier a ser traçado.

Sai de lá. vim embora. cheguei em casa. Tomei banho. Deitei. Não consegui dormir. Pensei em mandar uma mensagem. Sonhei acordada. Queria que fosse um apelo de um coração inseguro, em busca de coragem: talvez fosse. Cochilei. Abri os olhos. Liguei o celular...

Surgiu uma mensagem de esperança no meu peito: obrigada pelo cuidado; queria que o abraço tivesse durado um pouco mais.

E a resposta foi precisa como um tiro: tarde demais!

Antes escreveu: obrigada pelas palavras.

Imediamente depois...

TU, particula de tratamento que pode indicar intimidade, mas regionalmente, aqui, refere trivialidade, desleixo, descuido na interlocução.


(Aqui, um trecho inteiro não foi salvo do apagamento)


Chegou, verbo que remete a um deslocamento, porém não houve qualquer preocupação da parte do emissor com o trabalho pra estar alí.

Tarde, poderia fazer referência ao meu atraso para o encontro, contudo, nesse contexto nublado e frio, diz respeito a todos os envolvimentos e pessoas que ele tem beijado e usado.

DEMAIS, um excesso próprio do que descaracteriza, envolve com penumbra qualquer compreensão, ou comunicação, como aquela falsa presença do final.

Vem à tona uma narrativa que aparece quando ele fala de si, ou de algo caro. Um garoto mimado e intempestivo, que uma maldição aprisionou em grandes poderes. Esse mago vive uma servidão de defender as pessoas dos males da guerra, o que o tornou frio e insensível ao amor. 

O desfecho desse história encantada, ele também aproxima de um objeto desejado muito peculiar: uma obra de arte. Um beijo que enlaça dois amantes, no toque dos lábios no rosto da amada. Um gesto que perfaz a divindade do encontro dos dedos de Zeus com os homens - no encontro de corpo, razão e a alma, de Michelangelo.

Talvez eu já soubesse de algo, pela ciência do fato dele se comparar ao escuro do bruxo amaldiçoado.

 Todavia, nada nesse cenário é sobre saber... ele é opaco como a ignorância encarnada.

Diante de mim, ele transvê o entorno, diante dele sou transparente como água cristalina que permite ver o fundo do rio. E ele é um lago, pequeno e raso, de água parada e sem vida.

Nenhuma cor a ser distinguida, nem um odor capaz de capturar a percepção, forma alguma mais definida ou própria. Escuro, cinza, chuvoso, um breu sem sentido.

Eu que amo a escuridão que permite contemplar as estrelas... fico tácita e imóvel... nem sono, nem vigília... ignorância. 

Um além pra ver o aquém de um sentimento, que me enredou enquanto velejava meus sonhos no (a)mar.

Hcqf, 5 de julho de 2022.

segunda-feira, 4 de julho de 2022

Vento dos infernos

 Diz o filósofo que uma estrangeira descreve o amor como um deus decaído, ao aproximar o sentido de Eros com o de Demônio para os gregos antigos, isto é, um mensageiro capaz de transmitir mensagens dos homens para os Deuses.


Assim, apresenta o amar qual correspondência, entre a morte e a imortalidade. Uma espécie de correio, onde uma mensagem/metáfora é levada de um lugar a outro.

A um amante da poesia, pode chegar aos ouvidos, Neruda, em o carteiro e o poeta. Isto é, será que é de poesia a natureza do que o amor movimenta, na transferência de consteúdos oníricos?


No sonho, porque é o Olimpo dos amantes, dividos entre o céu, o chão e o inferno.

É comum associar o amor à união,  reunião, ligação,  conexão, laço... Mas o que no contexto amoroso se movimenta? Como os primeiros cuidados ou negligencias são en-carnados, ou in-corporados, ao ponto de constituir uma existência em dimensões físicas, orgânicas e anímicas?


Essa questão tão óbvia e até muito simples, parece o fio que costura, amarra, ou desata ponto-a-ponto cada análise... até que o fio acaba e de alguma forma, parece que só a agulha, entra e sai, a angustiar tecendo o nada. E assim, uma força eólica é convocada e o que poderia trazer à tona, sopra a chama e vira fumaça. Não é mais sobre enxergar um fato. O silêncio na penumbra assusta, continuar torna-se infernal, como é, do dia mais comum, as decisões mais ou menos sensatas. 


Hcqf, 4 de julho de 2022