A pouca justiça que vejo nos olhos de quem me condena
A vejo, em quantidade pequena, desde dentro de mim...
Por vezes o juízo mais frequente que faço das minhas escolhas de caminhos e pessoas, vem de um juiz que me condena a um poço...
Mas dentro, em mim, essas águas venho cuidando...
Tem um tempo, que reconheci da sua profundeza, não a mim, mas outros...
Entendi no que há de escuro, espaço para as estrelas, que guardo...
Água ainda é um tema delicado, reconheço. Sua limpidez, sua profundidade, maleabilidade e densidade, características orgânicas que lapido em análise...
Encontrei minha fonte e descobri também riachos... des'águar prene de vida e responsabilidade, fez um braço de oceano encontrar minhas águas barrentas de Rio Guamá(Guajará de mágoa).
É meu ponto de ambivalência:
escura - preta e marronzada;
dividida: densa e fria - leve e quente;
profunda - translúcida e opaca;
apaixonada pela vida - amante e traída.
Tem tempo que mergulho só quando estou distraída... prefiro minhas margens e os limites da escrita a despeito da ortografia, mas diante da oficialidade...
Escolhi a escrita, a pesquisa e a poesia, aonde a escuta me guia devagar....
E esse tempo que corre rápido mas a passos de formiga, pequenina é a pegada...
Meus passos são reticências e estou sempre ás voltas com a ciência e suas linhas, regras, réguas e medidas.
Como me fascina, algo tão estranho, para uma mulher, como a dureza em que fui forjada?
Dúctil, são as pontes, estradas e muros, que contornam...
Me apaixono por meu lado mais duro, toda vez que brilha em outra alma.
Vislumbro lapidar a minha onix até queimar a minha fênix e enxergar nas cinzas a poeira de estrelas escondida.
Hcqf 2 de abril de 2022 (10/05/2022)
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