Cria comigo um amor
Enche de vida nossos enganos
E engana a finitude nessa existência
Não sou mais só Eu
E os Eus em mim são todos Teus
São partes que viajaram para o teu corpo
Na mão que eu arranjo desculpa pra sentir e pertencer
No queixo que eu quero morder mas me contento em tocar
e desejo engol-ir
O meu corpo é meu
A minha boca também
A minha alma é minha
O meu sentir também
E a poesia que me faz quem sou
Em mim
Atravessou a rua
Parou diante de um poste
E com o ir e vir da urbana-humana-eidade seguindo o seu próprio fluxo
Entornei-me em ti
Mas já era tua
Hcqf 16 de dezembro de 2021
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