sábado, 6 de junho de 2020

Ad-miração

Eu conheço um homem muito bonito... Uma beleza espontânea e simples. Que a estética envolve cada sentimento expresso na face do menino eterno. Ele esteve nos meus poemas amorosos mesmo os que a ele não foram remetidos.... Todos mereceram seu ouvido... Todos foram enxarcados das lágrimas do que não foi vivido com ele.
E a falta que ele ainda faz, não me deixa parar de co-respondê-lo... Preservo meus receios de encontrá-lo, porque desde o primeiro adeus não fomos mais os mesmos.
 Ele é tão extraordinário que eu não percebi ele logo... Ele tem uma simplicidade muito marcante... Passa despercebido com facilidade e tem a capacidade de fazer falta estando presente.
É mesmo instante!
Conheci essa gentileza de pessoa, de azul tão divino, que o céu desceu e um anjo caiu na minha vida...
Fui apresentada a ele depois de saber que o olhar dele já me procurava do outro lado do rio... E eu ainda estava perdida buscando um outro caminho sem vida e sem história...
Foi um verão que esculpiu meu coração ao longo de dois anos... Mas a saudade nunca passou!
É dele o conselho que eu nunca esqueci: "nunca me (se) superlative acima de ti (mim)"... E por causa desse cuidado, eu amo uma personagem machadiana, com alcunha de "agregado". Chorei a narrativa do seu enterro como único familiar presente. Era o "último superlativo", mas eu nunca desejei que fosse... E nem hoje, eu consigo isso.
É estranho me sentir parte de uma história que não foi vivida. Foi suspirada! E ainda assim não está perdida.
O que nos escapou da realidade, teceu estima e respeito... Sigo a ad-mirá-lo.
HCQF, 6 junho de 2020

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