Tenho buscado mais esse "sagrado" feminino, no qual me escondo. Tenho mergulhado de cabeça nas aventuras que meu corpo esconde, venera e se impõe.
Sou bem menos menina que já fui, sou até mais menino, mas também muito mais mulher.
Estou descobrindo aspectos conjugais das minhas dores. Casamentos e despedidas fiz e refiz com minha história. Estou ainda mais entre-tida de amores e multidões. Estou vasta de loucuras, ocupações e desperdícios...
Tenho pensado bastante sobre a morte também...
Tenho buscado enfrentá-la para não perder o meu tempo com uma vida sem esperança. Quero ter a (razão)certeza de que estou aqui... o que só se tem tendo a certeza de que um dia a hora vai chegar...
Escutar os dias, as paisagens, os desenhos que faço nos meus sonhos, redesdobrá-los, reconfigurar algumas horas, rever parceiros antigos, depois de tudo ir embora, para experimentar a ideia que um dia será pra sempre.
Recordando dessas coisas quis voltar a esse lugar que muitas vezes me ajudou a me construir e recolher (os pedaços)...
Tenho assistido muitos filmes sobre sadomasoquismo e quase nada sobre o amor clichê que sempre esperei... tal-vez, como quando falava com uma grande amiga da atualidade, eu estivesse mesmo, tentando encobrir com uma fantasia barata o meu desejo mais caro.
São de ilusões que se constroem as rotinas, mas de desilusões a alma. Sem elas as coisas correm numa mansidão moribunda, não há nada mais o que procurar, só se deixar ir.
Vi pessoas buscarem com todo ar-dor algum tipo de sofrimento, uma paixão destemida de sentir seu corpo, no limite da carne, ou lembrando do que outra grande amiga disse outro dia, quiçá um mal-estar na carne.
Inferno e paraíso numa mesma existência, em que o paraíso era o que se temia e o inferno para o que se entregavam. Estórias que desvelam mais do que vemos de(as) fantasia(s) (d)nelas, histórias que corroboram, histórias que personificam, identi-ficam, esclarecem, são...
Na Lee de "Secretary", o apogeu do querer, na Elizabeth de "Nove e meia semanas" o apogeu da dor, no "Instinto selvagem" interpretado por Sharon Stone a força da angustia... A quem o desumano descaracteriza? Ao próprio humano, ou o nosso animalesco? O que há de civilizado em ser social?
É Platão quem chega com toda força, nesse momento, com(o) uma proposição significativa: o homem é um ser social. Fiquei a pensar: e isso o torna mais ou menos civilizado?
Freud aparece, agora, com alguns pensamentos encontrados no Mal-estar que ele localiza na cultura. Assim, há que se pensar: de onde vem esse mal? De onde vem a cultura? Para o que se direciona o home(m) afinal?
Talvez questões pertinentes aos tratados mais questionadores: Ser social? Demasiado humano? Super-homem? Mulher, homem, bissexual?
Deixo questões para eu não esquecer que a angustia que nos faz cativos, cativa nossos desejos, faz querer a falta e o seu preenchimento.
(HCQF/març-2016)
Sou bem menos menina que já fui, sou até mais menino, mas também muito mais mulher.
Estou descobrindo aspectos conjugais das minhas dores. Casamentos e despedidas fiz e refiz com minha história. Estou ainda mais entre-tida de amores e multidões. Estou vasta de loucuras, ocupações e desperdícios...
Tenho pensado bastante sobre a morte também...
Tenho buscado enfrentá-la para não perder o meu tempo com uma vida sem esperança. Quero ter a (razão)certeza de que estou aqui... o que só se tem tendo a certeza de que um dia a hora vai chegar...
Escutar os dias, as paisagens, os desenhos que faço nos meus sonhos, redesdobrá-los, reconfigurar algumas horas, rever parceiros antigos, depois de tudo ir embora, para experimentar a ideia que um dia será pra sempre.
Recordando dessas coisas quis voltar a esse lugar que muitas vezes me ajudou a me construir e recolher (os pedaços)...
Tenho assistido muitos filmes sobre sadomasoquismo e quase nada sobre o amor clichê que sempre esperei... tal-vez, como quando falava com uma grande amiga da atualidade, eu estivesse mesmo, tentando encobrir com uma fantasia barata o meu desejo mais caro.
São de ilusões que se constroem as rotinas, mas de desilusões a alma. Sem elas as coisas correm numa mansidão moribunda, não há nada mais o que procurar, só se deixar ir.
Vi pessoas buscarem com todo ar-dor algum tipo de sofrimento, uma paixão destemida de sentir seu corpo, no limite da carne, ou lembrando do que outra grande amiga disse outro dia, quiçá um mal-estar na carne.
Inferno e paraíso numa mesma existência, em que o paraíso era o que se temia e o inferno para o que se entregavam. Estórias que desvelam mais do que vemos de(as) fantasia(s) (d)nelas, histórias que corroboram, histórias que personificam, identi-ficam, esclarecem, são...
Na Lee de "Secretary", o apogeu do querer, na Elizabeth de "Nove e meia semanas" o apogeu da dor, no "Instinto selvagem" interpretado por Sharon Stone a força da angustia... A quem o desumano descaracteriza? Ao próprio humano, ou o nosso animalesco? O que há de civilizado em ser social?
É Platão quem chega com toda força, nesse momento, com(o) uma proposição significativa: o homem é um ser social. Fiquei a pensar: e isso o torna mais ou menos civilizado?
Freud aparece, agora, com alguns pensamentos encontrados no Mal-estar que ele localiza na cultura. Assim, há que se pensar: de onde vem esse mal? De onde vem a cultura? Para o que se direciona o home(m) afinal?
Talvez questões pertinentes aos tratados mais questionadores: Ser social? Demasiado humano? Super-homem? Mulher, homem, bissexual?
Deixo questões para eu não esquecer que a angustia que nos faz cativos, cativa nossos desejos, faz querer a falta e o seu preenchimento.
(HCQF/març-2016)
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