A importância de se entregar ao
abismo pode estar na entrega que implica, pode estar na busca por apreciar a
vista... Mas é um ponto de vista raro,
querer encontrar o funda da alma/lama, onde mora a liberdade. Essa estranha sensação
de perda de controle, abandono da razão e encontro com o caos que nos habita.
Faz toda escolha parecer vã, faz
toda entrega parecer para fora, faz parecer de dentro o que é de fora, faz o
outro ser o sentido e o eu a direção... Não é sem prejuízo, escolher viver
no/com o mundo, ao invés de parecer dono de um misero pedaço de chão...
Não é sobre poder, mas sobre
perder o que nunca teve dono, e ganhar o tempo que esse voo levar para chegar
ao chão...
Falar de vida é reconhecer a
morte, a destruição de um constructo, ou a entrega de uma obra de arte... Porque
não é feliz aquele que não teve a vida apreciada... É o olhar/amor do outro que nos mobiliza, na
presença que abraça ou na ausência que aperta...
Sobre dormir com/o alguém que sonha e amanhecer com/o um videoclipe de uma canção noturna: porque não havia nada além de você, eu senti cada parte de mim gritando alto, mas o som estava preso dentro de mim...
Sobre dormir com/o alguém que sonha e amanhecer com/o um videoclipe de uma canção noturna: porque não havia nada além de você, eu senti cada parte de mim gritando alto, mas o som estava preso dentro de mim...
(HCQF/març-2015)
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